domingo, 10 de outubro de 2010

Meus dias em Salvador



          Os dias que passei com Theo em Salvador me marcaram para sempre! Foi lá que, depois de 9 anos, eu estive nos braços de um homem e com ele, fiz amor. Foram 7 dias de sexo, duas, três, quatro vezes ao dia. Todos os dias! Era uma loucura deliciosa! Tanta loucura que me colocou de cama quando voltei para casa.
          Mas foram os dias mais felizes dos últimos tempos, isso eu jamais poderei negar! Theo não me levou para o circuito do carnaval, nem para conhecer o Pelourinho, nem a lugar algum (onde ele corria o risco de encontrar a esposa, coisa que eu nem imaginava). Íamos à praia todos os dias, saíamos para dançar, beber, conversar. Viajamos até Valença e passamos a noite lá. Apresentei Theo aos meus parentes baianos. Passamos a noite em um hotel em Valença e voltamos para Salvador no dia seguinte.
          Conheci a mãe, os irmãos, a irmã, os sobrinhos, os filhos e alguns poucos amigos dele. Ficávamos muitos mais tempo juntos do que em companhia de outras pessoas. Passávamos muito mais tempo fazendo amor do que fazendo qualquer outra coisa. Mas esse tempo foi o suficiente para eu me apaixonar ainda mais(se é que isso era possível) e para eu conhecer mais o meu grande amor(neste caso, o personagem que ele criou para mim, pois só pude conhecê-lo mesmo, quando ele já havia acabado com a minha vida).
          Uma semana passa rápido demais e o dia de ir embora estava chegando. Era sábado, depois do carnaval. Theo havia dito que no domingo teria uma roda de capoeira e eu sonhava em vê-lo jogar. Eu já tinha visto em vídeos, mas eu queria ver ao vivo, é óbvio. Então, à noite,  Theo me levou, junto com seu mestre de capoeira, para conhecer um pouco da cidade. Combinamos de nos encontrar no dia seguinte, na roda de capoeira.
          Nesta noite eu chorei muito. Pensando que eu teria que ir embora no dia seguinte, abri meu coração e disse a ele o que me afligia. Essa distância imensa que nos separaria de novo e eu não sabia como ia conseguir ficar sem ele agora.
          Theo me tranqüilizou, dizendo que não havia motivos para sofrimento, pois nós já havíamos combinado que ele iria para o Rio me ver e que, logo que tudo estivesse resolvido, ele iria morar comigo no Rio. Então me prometeu que em abril, sem falta, ele iria para o Rio encontrar comigo e passar uns dias na minha casa, para conhecer minha casa, minha família e meus amigos. Isso me aliviou um pouco a dor, mas meu coração não se conformava muito com a partida. Eu não queria ir embora. Se eu pudesse, ficaria lá para sempre, com o meu amor.
          Falei para Theo que se morássemos em Salvador, poderíamos ter uma vida melhor, pois o custo de vida lá era baixo e com o que eu ganhava, dava e sobrava para nós dois. Theo concordou, disse que meu dinheiro dava para comprar uma casa simples, à vista, no subúrbio onde ele morava, mas que ele queria sair de Salvador. Então, ele viria morar comigo e depois de um tempo, voltaria para Salvador comigo.
          Planejamos nosso futuro ali naquela casa simples, em cima de um colchão inflável, onde ele havia me hospedado. Era uma casinha de quarto e cozinha, quente demais, mas ele havia levado um ventilador, uma TV e um DVD. Não precisávamos de mais nada.
          Theo me conquistava a cada segundo, um pouquinho mais. Fazia tudo para que eu me sentisse bem e feliz. Ele era o meu rei, o meu amo, o meu homem... Ele me servia, comprava as coisas que eu gostava para comer, me dava muito carinho e atenção. Era perfeito! Me tratava como uma deusa....
          Passamos nossa última noite juntos em Salvador. No dia seguinte, quando pensei que eu ia ver Theo jogar capoeira, ele disse que preferia ficar comigo em casa, fazendo amor, namorando e curtindo nossas últimas horas juntos. Isso para mim foi o máximo! Mas eu não sabia que os verdadeiros motivos eram: Não posso levar você para a capoeira, sou casado e minha mulher vai estar lá!

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