sábado, 18 de setembro de 2010

A conquista

          Logo que viu minha foto ele disse que eu era linda. Um homem que sabe como deixar uma mulher caidinha. Ele me elogiava e ao mesmo tempo, me sondava. Começou perguntando se meu marido não se importava que eu ficasse até aquela hora da madrugada(já eram quase 2 horas) conversando no MSN. Queria me testar, para ver se eu dizia que era casada. Mas eu, mais uma vez, falei a verdade. Eu disse a ele o que eu já havia dito antes,  que não tinha marido. Não era casada. E aproveitei para dizer que isso não significava que eu era sozinha.
          Então, como sempre gostei de usar a sinceridade,  contei a ele sobre Morena. Disse a ele que eu vivia uma relação homossexual. Mas para minha surpresa, ele imediatamente disse que sua ex namorada era homossexual e que ela havia terminado a relação para ficar com ele, mas que depois voltou com a namorada e ele estava sozinho. Disse que não tinha preconceitos e que sabia que eu era a “mulher” na relação pois eu não tinha nenhum traço que me identificasse como “sapatão”. Disse que eu era linda, feminina e que gostaria muito de poder ter uma “chance” comigo.
          Contei a Theo que eu não estava bem nesta relação com Morena. Disse a ele que eu não estava feliz, mas que não sabia como acabar com isso, pois ela havia largado tudo que tinha para vir morar comigo e eu me sentia meio responsável. Não sabia como terminar essa relação e que por isso, vivíamos em pé de guerra. Morena era muito ciumenta e, por mais que eu não fizesse nada, ela não sabia se controlar quando bebia. Eu não tinha mais nenhuma paciência com ela e nossa vida havia virado um inferno.
          Há muitos anos que eu não tinha nenhum tipo de relação com homens. Um ano antes de conhecer Morena, eu havia “ficado” com um cara, mas não passou dos beijos. E quando minha relação com Morena começou a desabar, eu conheci um negro por quem me senti muito atraída, mas também não tive coragem de ceder aos seus insistentes telefonemas me chamando para sair. Os motivos foram vários: não queria magoar Morena, não estava apaixonada por ele, não me sentia segura de ir para a cama com um homem e principalmente, estava gorda! Nem passava pela minha cabeça ficar nua na frente de homem algum.
          Contei tudo isso ao Theo. E disse a ele que depois de nove anos sem me relacionar com um homem, não sabia nem se haveria “espaço” para uma penetração. E a conversa esquentava à medida em que a noite ia deixando de ser noite e o dia vinha trazendo seus primeiro raios de luz. Estava quase amanhecendo e a conversa parecia ficar mais agradável a cada minuto que passava. Falamos de tudo e principalmente das coisas que gostaríamos de fazer naquele momento.
         Comecei, junto com Theo, a tecer a vida que eu sonhava ter com um GRANDE HOMEM ao meu lado. Minha imaginação trabalhava uma linda história de amor, que começava com as “mãos de Deus” me colocando frente a frente com o homem mais valente que eu já havia visto em toda a minha vida. O verdadeiro príncipe negro dos meus sonhos. Um homem que não se importava se eu estava gorda ou não, que não pensava em aparência física, nem em dinheiro, status ou qualquer coisa parecida. Estava ali, diante da telinha do meu computador, do outro lado do meu amado Brasil, um homem que sabia valorizar uma mulher. Sabia que o maior valor está no que somos e não no que representamos. Sabia que uma mulher precisa de carinho, respeito, companheirismo, fidelidade e amor. E era tudo isso que ele estava disposto a dar àquela que conseguisse conquistar seu pobre e sofrido coração. E eu havia tirado a “sorte grande” ao entrar no “JOGO”. Eu era essa mulher! A mulher que iria amá-lo como jamais amou alguém em toda a sua vida e que por ele, iria até o inferno! Literalmente!

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