segunda-feira, 20 de setembro de 2010

HISTÓRIAS DA VIDA

Se eu consegui dormir direito, é um caso a parte. Eu estava desempregada naquele momento. Não tinha hora para acordar e passei quase a manhã toda rolando na cama, pensando que a hora não passava para que chegasse logo o momento de Morena ir trabalhar para que eu pudesse conversar com ele no MSN e voltar ao nosso “jogo”.
          O dia se arrastou, mas a hora chegou! Quando Theo entrou no MSN, eu já estava on line há muito tempo. Aguardava ansiosa pela sua chegada e quando aconteceu, foi um turbilhão se emoção! Assim começou o jogo! Logo que me viu, ele disse:
_ Oi amor! Passei o dia todo pensando em você!
_ Nossa! Nem acredito que você chegou! Eu também passei o dia inteiro pensando em você! Que loucura! Isso nunca aconteceu comigo!
_ Como foi seu dia?
_ Normal, sem muitas novidades. E o seu?
_ Recebi uma ligação chamando para uma entrevista de emprego amanhã. Tomara que dê certo, pois não agüento mais essa situação de estar desempregado.
_ Vai dar certo! Tenho certeza! Acredite e confie em Deus que tudo dará certo! Estarei aqui rezando por você!
          Éramos dois desempregados. Mas no dia seguinte, Theo conseguiu o emprego para o qual foi chamado para a entrevista. Começaria a trabalhar na segunda-feira.
          Eu fiquei feliz por ele! Afinal, as coisas começavam a dar certo para ele. Logo começariam a dar certo para mim também e quem sabe, né? Era o que eu pensava. ...
          Os dias e as noites começavam a se confundir para mim. Eu passava o dia, a tarde, a noite e às vezes até a madrugada na internet com Theo. Conversávamos sobre tudo. Minha vida, a vida dele e começávamos a fazer planos para o futuro.
          Contei a Theo que eu estava desempregada, mas era pensionista e recebia do meu pai uma pensão muito boa, mas nesta época, eu tinha muitas dívidas e empréstimos e como estava desempregada, não sobrava muito dinheiro para mim. Contei a ele dos meus dois casamentos frustrados e dos relacionamentos homossexuais com Luana e Morena. Falei tudo da minha vida. Falei dos meus filhos, dos meus sonhos, das minhas frustrações e das minhas conquistas.
          Aos 40 anos de idade, às vezes tenho a impressão de que meu cérebro não evoluiu com a maturidade e que ele ainda “pensa e age” como se eu fosse uma adolescente de 18 aninhos. Inocente, que acredita em todos e acha que todas as pessoas do mundo são boazinhas. Que a maldade é coisa dos filmes de ficção, terror, serial killer, etc. Talvez essa minha “juventude fora de época” me ajude a ser uma pessoa alto astral, mas tenho consciência de que ela me coloca em muitas armadilhas da vida.


          Sempre fui uma pessoa desprendida de coisas materiais. Adoro comprar, principalmente presentear as pessoas, nunca juntei um real, sempre trabalhei desde os 18 anos de idade e com a pensão deixada pelo meu pai, eu tinha uma vida financeira privilegiada. É uma pensão razoável, que deixaria qualquer mortal racional bem de vida, mas eu sou quase irracional no que se refere a dinheiro. Gasto o que tenho e o que não tenho. Pago tudo para todos quando tenho. Não guardo nada e jamais valorizei o dinheiro. Por isso, quando conheci o Theo eu estava numa situação financeira ruim. Com muitas dívidas e empréstimos a pagar.
          Mas em relação à vida que ele tinha em Salvador, eu tinha uma vida de rainha! Morando numa linda casa, que não era minha, era da minha irmã, alugada para mim. Eu tinha tudo o que eu precisava para ter conforto dentro de casa. Tinha uma vida regada a muitas festas. Muitos amigos. Uma vida social agradável e bastante agitada. Eu era muito interessante para ele.
          Ele também me contava sobre sua vida. Me disse que foi pai ainda muito novo, quando fez sexo com uma menina, Catia, que morava em sua casa e ela acabou engravidando. Não havia amor por ela, é claro, pois ele nunca soube o que é amor, mas ele assumiu a criança(Clarice), registrou e continuou se relacionando com  Catia. Mas logo ela percebeu que ele não a amava e ele nunca escondeu isso, como ele mesmo disse. Então ela se relacionou com outros homens e engravidou novamente. Dessa vez, ele não era o pai, mas assumiu, registrou e passou a ser o pai desse menino, Claudio. Nesse meio tempo, Theo conheceu outra mulher. Mais uma com a qual se relacionou e engravidou também. Mais um filho. Dessa vez, um menino. Bruno! O menino era muito parecido com Theo e por isso, era seu xodó. Em relação à mãe dele, nada significava para Theo. Apenas mais um sexo ocasional.
          Quando não tinha com quem transar,” Theo comia em casa mesmo”. E assim, mais uma vez, Catia engravidou. Dessa vez, ao que tudo indica, o bebê era de Theo. Ele registrou a menina que recebeu o nome de Tatiana.
          Theo era um mulherengo! Todo mundo sabia disso e ninguém podia negar! Ele era macho! Adorava mulheres! Transava com todas que aparecia! Não usava preservativos, pois ninguém gosta de “chupar bala com papel”, né? Então Theo conheceu Jandira. Nada de paixão, mas ela estava lá, disposta a se entregar a ele e apaixonada. Ele era apaixonante mesmo. E mais uma vez, uma gravidez. Jandira deu a luz a Joana. Uma menina linda, encantadora e inteligente, da qual eu falarei mais tarde!
          A lista dos filhos e mulheres parece infinita. Theo registra os filhos, assume e diz que é pai. Mas jamais teve uma “atitude” de pai. Não vivia com seus filhos e muito menos com as mães de seus filhos. Eram todas pobres e não tinham nada a oferecer a ele. E foi aí que ele conheceu Sandra!
          Sandra era independente. Não tinha estudos, não era rica, mas trabalhava e tinha sua casa alugada, onde morava sozinha. Não tinha filhos nem marido. Quando conheceu Theo, logo se apaixonou. Coisa banal para ele. Todas se apaixonavam! Mas dessa vez foi um pouco diferente. Essa mulher podia oferecer algo a ele. Ele estava de shorts e camiseta, chinelo e sem nada mais. Havia brigado com sua mãe e não tinha onde morar. Sandra prontamente o acolheu. Levou ele para sua casa e lhe deu tudo: sexo, cama, comida, carinho. Deu a ele um lar!
          Mas Theo já estava de olho em outra. E seu “vício” era incontrolável! Theo queria Melissa! Essa sim, era bonita, inteligente, filha adotiva de uma família que tinha melhores condições de vida. Marina era muito melhor do que as outras! E ainda era virgem! Perfeito!
          Theo insistiu, paquerou, cortejou e Melissa acabou cedendo a ele. A consequencia todos podem imaginar: mais uma gravidez! Nasce Matheus! O caçula de Theo, até os dias de hoje.... pelo que eu saiba, né!
          Melissa não aceitava a vida que Theo queria propor a ela. Ela era uma menina estudiosa e que sabia o que queria da vida. Theo não tinha nada a lhe oferecer. Não estudava, não gostava de trabalhar. Vivia ás custas de Sandra e entre as constantes brigas das mulheres apaixonadas por ele, que se “pegavam” aos tapas na rua por causa dele. Melissa queria um homem que lhe desse valor, que a amasse e ele estava longe de ser esse homem. Então ela o maltratava, o humilhava e ao mesmo tempo em que queria muito ele, ela o empurrava para longe porque sabia que ele só a faria sofrer. Melissa, estudante de Psicologia, era a única que sabia exatamente quem era Theo: um homem doente; um psicopata!

0 comentários:

Postar um comentário