quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Jogando com a vida!

Jogando com a vida

          Sempre gostei de jogar. Desde criança, os jogos me fascinam. Mas sempre joguei para ganhar. Nunca aceitei perder. Por isso sempre levei os jogos a sério. Nem brincando, eu levava o jogo na brincadeira. Joguei na infância, na adolescência e aprendi a jogar de tudo um pouco, sempre com muita perseverança e muita vontade de vencer. O desafio me excita e os jogos me fascinam. Mas esta foi a primeira vez que eu joguei com a vida. Um jogo que não era brincadeira. Mas que também não foi 100% real.
          Eu vivia uma relação amorosa complicada, aos 40 anos, com 2 filhos praticamente adultos, vivendo há dois anos com uma mulher. Era meu segundo casamento homossexual. Antes de morar com Morena, vivi durante quase cinco anos com Luana, mas essa é uma outra história que contarei em outra ocasião.
          Minha relação havia se esgotado. Não havia mais respeito, nem amor, nem paixão. Havia um grande carinho que eu sentia por Morena, amizade, mas as constantes brigas por causa de coisas banais haviam acabado com tudo de bom que um dia existiu entre nós duas. Foi nesta época que conheci o Theo. Theodoro era seu nome. Um negro baiano de Salvador com quem vivi os momentos mais marcantes da minha vida.
          Eu evitava deitar na hora em que Morena ia para a cama. Não me sentia mais feliz ao seu lado e quase tudo me incomodava. Então eu sentava frente ao computador e começava a jogar. Jogava buraco, quase todas as noites. Sempre jogava em dupla e fiz muitos amigos neste site. Alguns sumiram no mundo virtual. Outros, me acompanham até hoje. Uns eu conheci pessoalmente. Outros, nunca vi nem a foto, só mesmo o avatar.
          Eu havia terminado um jogo e tinha perdido. Resolvi tentar ganhar de alguém, pois detestar perder é uma característica que carrego impregnada em meu ser. Então eu vi aquele avatar de um negro com cabelo rastafári. Ele esperava alguém para jogar. Seria um jogo a dois, não em dupla, como eu estava acostumada a jogar. Resolvi sentar à mesa e ganhar dele.
          Começamos a jogar e eu, sempre muito comunicativa, não parava de falar. Conversamos sobre banalidades. Rimos bastante, pois ali, sentados àquela mesa, havia duas pessoas que não gostavam nem um pouco de perder. Um queria ser melhor do que o outro. E assim, jogamos várias partidas até de madrugada. Incansavelmente.
          A conversa começou a seguir para o lado pessoal. E ele me perguntou minha idade. Eu sempre conheci pessoas na internet e jamais menti sobre nada. Sempre falei a verdade e esta ocasião não fugiu à regra. Disse a ele que tinha 40 anos e dois filhos. Ele me perguntou se eu era casada. Respondi com a verdade, omitindo o fato de que eu vivia uma relação homossexual com Morena e que ela morava comigo. Quando comecei a perguntar sobre ele, ele falou sua idade, que era a única verdade, e depois começou a mentir. Mas é claro que eu nem imaginava uma coisa dessas, pois como eu sempre falava a verdade, achava que todo mundo era igual a mim e que não mentiria também. Doce ilusão!!! Começava aí, uma rede de mentiras e ilusões. Mentiras nas quais acreditei cegamente, envolvida pela sedução de um psicopata!

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